O crédito mais caro em 2023 parece ser um reflexo de acontecimentos de anos anteriores. Entenda o porquê e quais são as linhas de crédito mais caras.
Como escapar do crédito mais caro em 2023
No Brasil, as linhas de crédito mais caras foram as que mais cresceram no primeiro mês deste ano ante o mesmo período de 2022.
Esta informação foi divulgada pelo relatório de acompanhamento fiscal da Instituição Fiscal Independente (IFI).
Conheça quais são as linhas de crédito mais caras e fuja do crédito mais caro em 2023.
Quais são as linhas com crédito mais caro em 2023?
São duas as linhas de crédito mais caras:
- Cartão de Crédito
- Cheque Especial
Estas duas linhas de crédito possuem as taxas e juros mais elevados do mercado. O consumidor que atrasa o pagamento da fatura pode chegar a pagar 182% ao ano de juros, caso parcele o débito, ou 411%, caso entre no rotativo.
Quem opta pelo cheque especial pode pagar 132% ao ano de juros.
Estas porcentagens são relativas às taxas de juros médias de janeiro, reveladas pelo Banco Central.
Anúncio
Existem linhas de crédito menos perigosas?
Para escapar do crédito mais caro em 2023, existem as linhas de crédito consideradas mais seguras, como o consignado e o financiamento de veículos e de imóveis. Estas cresceram abaixo da média no mês, ficando em 17,7% para pessoas físicas.
Veja a seguir a lista com o saldo de crédito por modalidade.
Os dados do BC revelaram que o aumento do saldo de crédito no mês de janeiro em comparação com o mesmo período de 2022 por modalidade, ficou assim:
- Cartão de crédito rotativo: 51%
- Cartão de crédito parcelado: 41,1%
- Cheque especial: 19,6 %
- Empréstimo consignado: 16%
- Empréstimo não consignado: 15,8 %
- Crédito imobiliário: 14,1%
- Aquisição de veículos: 7,3%
Qual o motivo para o aumento da procura por crédito mais caro em 2023?
O motivo maia aparente para o crédito mais caro em 2023, parece ser o mercado de trabalho em sua fase atual, que de acordo com o relatório do IFI, é um dos culpados por esse crescimento.
De acordo com o dado mais recente sobre emprego divulgado pelo IBGE, mesmo que a redução da desocupação tenha trazido uma melhora no mercado de trabalho, a qualidade do emprego caiu e o Brasil bateu recorde de empregados sem carteira assinada: 12,9 milhões de trabalhadores.
Com isso, os trabalhadores sem carteira não conseguem obter crédito consignado ou dar algum bem de garantia.
Com o agravamento da situação financeira e das condições de crédito, isso faz com que os bancos sejam mais seletivos, obrigando as famílias de baixa renda a recorrerem às modalidades que estejam mais ao seu alcance, que em geral já estão pré-aprovadas.
Sem carteira assinada, os trabalhadores não conseguem pedir empréstimos consignados ou apresentar garantias para alguns financiamentos.
O relatório do IFI, diz ainda, que o aumento da inadimplência e do comprometimento da renda das famílias brasileiras também está ligado a esse cenário. Isso quer dizer que o pagamento de dívidas ocupa um pedaço maior dos salários dos brasileiros.
O crédito mais caro em 2023 é um reflexo de 2022
Essa é uma tendência que já vinha acontecendo desde o ano passado.
É um reflexo também, entre outros fatores, do fim do auxílio emergencial, que ajudou muitas famílias a não precisarem usar cartão ou crédito caro para cobrir as despesas.
O volume de dinheiro gasto com cartão de crédito por famílias que ganham até 2 salários mínimos disparou entre 2021 e 2022.
Segundo dados do Banco Central, o estoque emprestado para famílias que ganham de 1 a 2 salários mínimos aumentou 77% entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022, passando de R\( 48,4 bilhões para quase R\) 85,9 bilhões.
As taxas de juros do mercado já estão altas há um tempo e tendem a ficar ainda mais, mesmo que a Selic abaixe nas próximas reuniões.
Os bancos por sua vez, estão receosos com o aumento no volume de calotes e com o comprometimento de renda, que também contribui para a inadimplência: se a prestação pesa mais no bolso das famílias, fica mais difícil pagar.
Portanto, para não se complicar cada vez mais e acabar entrando numa bola de neve, refaça o cálculo das despesas, veja se há possibilidade de cortar algum item que não seja tão necessário.
Junte parte de algo que precisa fazer e dê como entrada deixando para parcelar apenas o restante. Enfim, dê um jeito, mas fuja o máximo que puder dos juros absurdos que estão sendo praticados pelo mercado financeiro.
Afinal, como diz a propaganda de um determinado cartão de crédito, “tem coisas que o dinheiro não paga”, e a sua tranquilidade é uma delas.
Anúncio