Uma das primeiras dicas de educação financeira que ouvimos dos economistas é que o cheque especial deve ser sempre a última opção. Será que é sempre o caso?...
Cheque especial: mocinho ou vilão?
“A expressão ‘cheque especial’ cria imediatamente uma imagem negativa na cabeça de muitas pessoas.”
Afinal, uma das primeiras dicas de educação financeira que ouvimos dos economistas é que o cheque especial deve ser sempre a última opção, medida excepcional em casos extremamente urgentes.
Mas será que é isso mesmo? Vamos analisar alguns fatores que devem ser avaliados para que você não entre em uma bola de neve de dívidas. Confira!
Como funciona o cheque especial?
Trata-se de uma modalidade de empréstimo automático entre o banco e você. Nessa modalidade, um valor está sempre disponível em sua conta corrente, caso seus gastos sejam maiores do que as receitas em um determinado período.
Normalmente, o cliente paga juros para cada dia em que o saldo ficar negativo em sua conta, além de encargos bancários. Alguns bancos oferecem o benefício de permitir que o cliente deixe seu saldo negativo por um período curto sem cobrança de juros.
Quais são as taxas médias do cheque especial?
A taxa de juros é sempre calculada sobre o risco que o banco corre de não receber a quantia emprestada. Por isso, como o limite é automático e não envolve uma análise de crédito no momento do empréstimo, seu custo é bem alto e só fica atrás das taxas do cartão de crédito.
“De acordo com a Agência Brasil, em 2019 essa modalidade de crédito teve, em média “juros de mais de 300% ao ano”. Desde 6 de janeiro de 2020, os bancos não podem mais cobrar taxas superiores a 8% ao mês, o equivalente a 151,8% ao ano.”
É melhor, então, não ter limite de cheque especial?
Não recomendamos essa opção, pois essa modalidade de crédito também tem vantagens. Por exemplo, um cheque que você passou e foi depositado antes do combinado, será compensado mesmo sem saldo em conta. Assim, você evita a inclusão do seu nome em listas de devedores.
Posso usar meu cheque especial à vontade e sem medo?
Nunca! Com exceção de situações muito específicas, como o exemplo acima, o cheque especial é muito desvantajoso. A taxa de juros das demais modalidades de crédito são, quase sempre, menores.
Ao invés de contratar o cheque especial, peça ao seu gerente um empréstimo convencional, que é muito mais favorável a você. Além disso, outra coisa para evitar é contar com o limite como se fosse parte dos seus rendimentos.
Use o cheque especial para:
- evitar protesto de títulos;
- não ter cheques devolvidos;
- não pagar multas por atraso de contas importantes;
- conseguir desconto superior aos juros pagos no período.
Jamais use para:
- fazer compras rotineiras;
- pagar contas com juros menores do que o do cheque especial;
- compensar seu descontrole financeiro;
- ter um adiantamento do salário;
- aumentar seu endividamento.
Mas, e então? Mocinho ou vilão?
Se utilizado corretamente, o limite do cheque pode ser o herói que chega de última hora para salvar o mundo. Caso contrário, ele se torna um vilão digno de filmes de terror.
Deseja colocar um fim ao sufoco ao final de todo mês? Então, continue nos acompanhando e confira as dicas de saúde financeira!
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